Padre responde a biólogo

Réplica do padre Edilberto Sena ao comentário abaixo:

Jackson Almeida, li seu comentário meio raivoso ao editorial sobre o Butantan. Li novamente o editorial pensando, que bobagem fiz e disse para o ilustre biólogo se sentir indignado? Será que não me expressei claramente, ou deixei ambigüidades para o biólogo furioso me ralhar assim? Li, reli e pensei que, ou sou de fato muito mesquinho ou fútil nas minhas críticas? Serei assim tão irresponsável?

Bom, decidi comentar seus sábios comentários. Leia o que escreveu e faço minha explicação:

a) "...acha que fazer vacina ou soro aníofídico é só pegar o veneno e bater no liquidificar?" Não, Jackson, não sou tão simplório assim. Pensava que o Instituto butantan, que está anunciando a construção de uma base em Belterra para pesquisa de animais peçonhentos, sem mais explicações, iria incluir nas pesquisas, também laboratório de produção do soro. Eu, não sou biólogo, nem técnico do Instituto, mas já vi famílias arrasadas, especialmente lá no Lago Grande do Curuai, quando lá morei e trabalhei por sete anos, por verem parentes morrerem de repente, picado de cobra venenosa, por falta do bendito soro antiofídico (que não é culpa do Instituto, claro). Por que não um laboratório também? Se a tecnologia é dominada pelo instituto e este é um órgão do Estado Brasileiro, e usa dinheiro público. (...)

[Clique aqui], para ler o comentário cima na íntegra.

Comentários

Anônimo disse…
Obrigado por responder padre Edilberto.

Não concordo com a teria de saber ler. O que foi dito, foi dito, se foi dito errado é problema de quem escreve. Não fiz uma interpretação do texto, comentei tal qual estava escrito e agora confirmado pelo sr.

No episódio do primeiro texto o título coloca o butantan como um saqueador, coisa que não é e acho justo defende-lo. não tenho nenhuma ligação com o instituto e nem me envolvo com questões ligadas ao instituto.

O instituto butantan é um dos bons exemplos de instituição pública no Brasil, é eficiente e atende a toda a população Brasileira, principalemnte a que vive no meio rural, fornecendo produtos que serão utilizados pelos postos de saúde e hospitais de tdo o Brasil.

O exemplo do soro em pó que atenderá justamente as comunidades onde não há como estocar o veneno de forma refrigerada é um excelente exemplo de como a pesquisa e o desenvolvimento científico e tecnológico podem proporcionar melhores condições de vida para a população, principalmente a mais carente e isolada.

Ainda bem que o sr. reconhece que não sabe e que não faz a menor idéia dos prcessos necessários de produção do soro. Deveria, pois, ter no mínimo a cautela de procurar saber para compreender as dificuldades do processo antes de julgar.
Com as facilidades logísticas de transporte, uma vacina produzida hoje de manhã nos laboratórios do instituto pode chegar a noite em Santarém sem maiores problemas.
Se demora a sair de Santarém pro lago grande é outra história e não depende do instituto, reclame da secretaria de saúde.

O sr. chamou SIM de saque a retirada do veneno ou então não estaria criticando.
Saquear é retirar sem proporcionar retorno da parte de onde se retirou.

O Sr. justifica a sua frase do saque por conta de problemas no fornecimento do SORO. O que é coletado aqui não é o soro, é o VENENO e de Soro pra veneno, realmente, é preciso bem mais que um liquidificador.
Montar uma base de produção de soro, em Belterra é inviável e impraticável, pra não dizer desnecessário pelas facilidades logísticas citadas acima.

Se nossos conterrâneos morrem, não é porque o instituto não fabrica soro e sim, porque o sistema de saúde público não proporciona o atendimento necessário.

O Butantan está aqui exatamente pra aumentar a quantidade de soro disponível no País e evitar que tragédias aconteçam. Sem aumento de coleta não há soro, sem soro, as pessoas morrem e, talvez, encaminhem-se pro céu.
Nossa região, por sua excepcional biodiversidade oferece a oportunidade de coletar venenos de muitas espécies e o soro prduzido será útil não só pros caboclos daqui, mas pros "caboclos" de todos os cantos do Brasil rural.

Sou caboclo daqui, como o sr. e não é por isso que deixo de ver as coisas de maneira racional e fazer as análises necessárias antes de sair por aí falando mal, ou bobagem, de quem vem de fora simplesmente por serem de fora ou por total desconhecimento das interações e processos envolvidos.

Essa mania de perseguição de achar que todos vem aqui só pra lesar as pessoas e o meio ambiente demonstra, no mínimo, falta de auto-estima e conhecimento do próprio potencial. Se fazer de vítima é fácil, mas é medíocre.

Não precisamos de xenofobia no Brasil e muito menos críticas infundadas a órgãos que tanto ajudam, como o butantan. Pra isso, é preciso ter muita responsabilidade daqueles que tem o poder de usar um microfne ou um teclado e espalhar notícias, para não criar justamente na população menos instruida, uma imagem de que o instituto está aqui para rouba-la.

Respondendo a sua última pergunta, o soro produzido com venenos de cobras daqui ou de qualquer outro lugar do Brasil não deve ser destinado somente ao local de origem, e sim, para os locais onde há maior incidência de acidentes de picadas de cobra. Quem deve gerenciar isso não é o butantan e sim, o ministério da Saúde. O butantan produz SORO, a aplicação do mesmo não é de sua responsabilidade.

Gostaria de ver o sr. explicar isso para a população que lhe ouve na rádio.
Seria um grande serviço público informar ao povo das áreas rurais que a responsabilidade de chegar o soro em suas vilas é da secretaria municipal de saúde.
Aproveite a grande oportunidade que o sr. tem de se comunicar com as pessoas do interior e as instrua sobre seus direitos e deveres de cidadão e explique a elas quem, de fato, é responsável pelas mortes de seus entes queridos por picadas de cobra. Talvez isso as faça cobrar mais das "autoridades".

Um abraço.
Anônimo disse…
A noite? que horas?, espero que niguem de sua familia precise desse soro produzido no Rio de Janeiro de manhã pra chegar a noite aqui em SANTARÉM
A não ser que o sr, combine com a cobra antes.
Procure uma Agência de Viagem, ou de cargas também.
Anônimo disse…
Do jeito que o Hospital municipal está, ser picado por uma cobra é tão ruim quanto encarar o caos...

Se a sua prefeitura (ou a secretaria de sáude) tiver 2 neurônios, ela saberá que estoque zero com medicamentos não é muito viável nem seguro. Logo, é preciso existir um estoque regulador.
Se não há planejamento na secretaria de saúde, não adianta ter a fábrica aqui ou no lago grande, Sempre faltará soro.

Pensar na logística de aquisição é uma das atribuições da sua prefeitura. Se tiverem dúvidas, perguntem aos donos de supermercado como fazem pra chegar prdutos congelados aqui sem estragar. Repito: O butantan é responsável pela produção de soro e não pela sua aplicação, isso é atribuição da sua prefeitura.

Caro "anônimo", Leia direito e se informe pra não falar bobagem "denovo".

Arrumar desculpa pra não assumir que errou é prova de arrogância e incapacidade de entender o problema.

"Somente os muito sábios e os muito estúpidos não mudam de idéia."
Anônimo disse…
Esse tal jackson almeida deve ser uma pessoa bastante autoritária. Não conhece, provavelmente, a virtude da humildade. Que arrogante heim! Parabéns, padre edilberto. Continue e lutar por pessoas mais simples, mais humanas. Você é um herói! Não é à toa que vai receber o prêmio Mahatma Gandhi na Índia, neste início de outubro. Que Deus permaneça sempre com o senhor e conosco também.