Casa da mãe Joana

Repercussão sobre o artigo de Jota Ninos - na nota Leitura:

De Aldrwin Hamad:
Excelente artigo! Um ótimo resumo dos acontecimentos da cidade.

O escrotinho:
Um ótimo artigo, mas que nao acrescenta nada nessa discussão toda. Fala o que todo mundo já sabe.

Tibério Alloggio:
Com todo o respeito, acredito que o Jota Ninos, tem mais talento para a poesia e as letras do que para análise socio-política. Essa idéia de cultura "do fora" ou "do dentro", achando que os de dentro são apenas expectadores apáticos ou desinteressados, que se deixariam ocupar por causa de uma "burrice genética", é papo furado de intelectual acostumado a discutir em barzinhos os problemas da humanidade.

Até porque se fizermos o esforço de analisar atenciosamente "todos" os ciclos que se passaram nessa região ao longo das últimas décadas, a monocultura de soja veremos que nada foi diferente. Para que aconteça que algo de fora ocupe um espaço aqui dentro é necessario que quem está dentro seja disponível a recebê-lo. Sempre foi assim, e o caso da soja não foi diferente.

Quem trouxe o agronegócio para Santarém foi gente "de dentro", que inclusive ganhou e está ganhando com isso. Lembram do Sirsan, Lira Maia, Alexander Von, etc? Também foi gente de dentro que fez a oposição contra o agronegócio "de fora", trazido por gente de dentro. Ou a memória é tão curta que nem lembram que tudo isso não tem mais de 6 anos? Lembram do movimento local contra? Do Dr. Felício Pontes, procurador da República? Dos processos que a Cargill ainda enfrenta?

Greenpeace veio depois, justamente com o apoio de gente "de dentro". Por isso essa idéia da "Casa da Maria Joana" pode até ser lida como simpatica e folclórica, mas não podemos banalizar uma questão, até cultural, que não tem nada a ver com problemas que são dramáticos para a população local.

Santarém "nesses anos", calcula-se, cresceu mais de 20 mil habitantes, cuja maioria expulsa pelo agronegócio acomodou-se nas periferias e nos cinturões do entorno da área urbana.

Não foi apenas pelo apego "ambiental" que existe oposição ao agronegócio, que concentra "renda e terra" e diminui as oportunidades gerais de emprego. A criação de "uma vaga" de trabalho pelo agronegócio tem que ser comparada pelo alto número de desempregados expulsos da área rural. Então, vamos lá, a idéia "romântica" dos nativos burros pode ser matéria de sátira sim, mas não vamos esquecer, que nessa jogada ninguém é burro.

Comentários

Anônimo disse…
Burrice genética?

Acho que não lemos o mesmo texto.

Curioso é ver alguem que deveria ser o especialista em análise sócio-política comete tantos deslizes, inconsistências e contradições. Contrariar a idéia alheia é uma coisa, tentar desqualificar o orador é outra.


O segundo parágrafo ratifica o que foi escrito pelo J. A casa da mãe joana é isso mesmo. Os donos da casa permitem que quem vem de fora faça o que bem entender enquanto estes só observam e passam a mão de vez em quando enquanto os cafetões lucram.

Onde estavam a igreja e os grupos intitulados ambientais antes da chegada da soja, que não se mobilizaram para dar alternativas de produção para os 20 mil excluídos?

Essas pessoas só passaram a existir depois de migrarem?

Enquanto o paradigma for de dar emprego ao pequeno produtor, o exodo continuará. Não existe possibilidade de manter o homem no campo sem infra estrutura pública e sem um modelo produtivista que lhes dê renda e lucro.

Ou jogamos conforme as regras do jogo ou continuaremos miseráveis e cheios de ideologia barata que não enche barriga mas enche cadeias.