Preconceito na pele

banner - INSS - aprovação novo formatoDa leitora Rita Sampaio, a propósito do artigo Febre amarela e preconceito verde:

É, seu Edilbeto Sena, este preconceito o nortista sente na pele quando resolve vir ao sudeste. Aqui por esses lados, passou de Minas Gerais é nordeste. O Brasil aqui é divido em 3 regiões: sul, sudeste e nordeste. O norte só existe para fornecer matéria-prima, diga-se de passagem sem ela o Brasil não iria para frente.

Quando chega gente do norte por aqui, tem que se trabalhar em dobro, para provar que é capaz. Lembro que cheguei aqui para fazer estágio, recém-formada, porém já trabalhava com eqüinos, fazia cinco anos. O serviço que me deram foi escovar e dar banhos em cavalos (olha que isto foi dentro de uma universidade).

Fui a única entre os estágiarios a fazer este serviço, pois os outros não precisavam provar nada. Fiz com muito orgulho, hoje terminei meu doutorado nesta mesma universidade, estou iniciando o pós-doutorado com convite para ir a Austrália, mas só eu sei o quanto sofri na pele o preconceito por ser nortista.

Tenho orgulho em ser paraense, em ter minhas raízes em Santarém, pois minha avó foi uma pessoa espetacular. Sempre que posso homenageio a minha terra. Coloquei na minha dissertação e na tese epígrafes sobre minha terra tão amada. E assim, pretendo um dia voltar e trabalhar ai.

Comentários

Anônimo disse…
Concordo em tudo o que a leitora Rita Sampaio escreveu. É uma realidade as pessoas do Sudeste tratarem o Norte e o Nordeste como uma região só. No Rio de Janeiro, a partir do momento em que um nortista ou um nordestino abre a boca para falar, seu nome passa a ser Pará ou Paraíba.
Sofri preconceito até mesmo por pessoas da família de minha esposa.
Resolvi então dar uma resposta a altura. Hoje, meu sogro é o meu motorista particular. E faço questão de assinar sua carteira de trabalho como tal. Só assim ele aprendeu que o peso da caneta é maior que o peso do sotaque.