Nem tudo dá

Do leitor Nelson Wisnik, sobre o post Queimadas ameaçam soja na Amazônia:

Parodiando a famosa frase de Pero Vaz de Caminha em sua carta a el-rei Dom Manuel, “Nela em se plantando, tudo dá” (literalmente: "E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem."), criando o primeiro paradigma agrícola do Brasil, tão forte que ainda há quem nele acredite, mas, nela em se plantando, nem tudo dá!

Não é só chegar e ir plantando, há que se estudar a relação entre o que se pretende plantar, o clima e o solo locais.

Com relação à soja e ao clima, um estudo importante foi publicado em 2002 pelo GTZ – Agência de Cooperação Técnica Alemanha Brasil, "Paisagens, Biodiversidade, Solos e Pluviosidade na Amazônia" - por Wim Sombrek, nos Cadernos de Cooperação Técnica 02/2002 GTZ Manaus, alerta que apenas até os limites da fronteira conhecida como “arco do desmatamento” as condições climatológicas satisfazem os requisitos para implantação de cultura mecanizada de soja.

Não é por acaso que os produtores rurais de soja na região do Oeste do Pará ainda não conseguiram a produtividade esperada por eles, inviabilizando muitos empreendimentos.

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