Da professora-doutora Raimunda Monteiro, ainda titular do Ideflor (Instituto de Florestas do Pará), sobre a nota Gado derruba floresta, reconhece ministro:
Fico surpresa com a perplexidade com que formadores de opinião - informados - reagem à constatação de que a pecuária tem uma responsabilidade estrutural pelo desmatamento na Amazônia.
Tive a oportunidade de realizar um estudo de campo, em 2002, na BR-163 e em São Félix do Xingu, com a professora Edna Castro, do NAEA, e procuramos descrever a racionalidade dos atores sobre o uso da terra, demonstrando como essa fronteira recente reproduz dinâmicas históricas de avanço do capital nos territórios amazônicos.
O nelore é o pioneiro na domesticação das terras e na capitalização dos fazendeiros; a mão-de-obra barata e desprotegida que os estados de grande concentração fundiária do Brasil exportam para a Amazônia também são determinantes nessa capitalização; assim como a possibilidade de tocar os empreendimentos na informalidade.
Compreender esses fatores é fundamental para agir como governo e como sociedade.
É preciso correr para mudar uma rota de 40 anos de uso extensivo dos recursos naturais da Amazônia que se reproduz na pecuária, na agricultura empresarial, no uso das florestas e dos solos. Uma lógica garimpeira que não tem mais como se sustentar no tempo e no espaço.
Fico surpresa com a perplexidade com que formadores de opinião - informados - reagem à constatação de que a pecuária tem uma responsabilidade estrutural pelo desmatamento na Amazônia.
Tive a oportunidade de realizar um estudo de campo, em 2002, na BR-163 e em São Félix do Xingu, com a professora Edna Castro, do NAEA, e procuramos descrever a racionalidade dos atores sobre o uso da terra, demonstrando como essa fronteira recente reproduz dinâmicas históricas de avanço do capital nos territórios amazônicos.
O nelore é o pioneiro na domesticação das terras e na capitalização dos fazendeiros; a mão-de-obra barata e desprotegida que os estados de grande concentração fundiária do Brasil exportam para a Amazônia também são determinantes nessa capitalização; assim como a possibilidade de tocar os empreendimentos na informalidade.
Compreender esses fatores é fundamental para agir como governo e como sociedade.
É preciso correr para mudar uma rota de 40 anos de uso extensivo dos recursos naturais da Amazônia que se reproduz na pecuária, na agricultura empresarial, no uso das florestas e dos solos. Uma lógica garimpeira que não tem mais como se sustentar no tempo e no espaço.
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