por José Ronaldo Dias Campos (*)
Santarém é uma cidade naturalmente bela, belíssima; nós, seus filhos, é que a enfeiamos. E assim procedemos, exemplificativamente, quando não cuidamos da frente de nossas casas, quando adiantamos a cerca ou o murro de nossas propriedades, desalinhando as ruas, as calçadas, para esbulhar míseros centímetros do insipiente poder público; bem quando permitimos - o que é mais grave – através do voto irresponsável, a eleição de políticos desinteressados, medíocres e até mesmo corruptos.
Já o município, que não faz cumprir a norma de regência que ele próprio editou (como a de postura), também não cuida sistematicamente da urbanização, não reserva espaços físicos para adequadas edificações de instrumentos sociais, não promove nem incentiva a ordenada arborização da cidade, enfim, deixa simplesmente acontecer para ver como vai ficar.
Antigamente, mesmo sob o regime militar, sem qualquer saudosismo à época, pensava-se o presente com lente mais futurista, basta lembrarmos as galerias pluviais, as casas de bomba de tratamento d’água ao longo do cais de arrimo (todas demolidas), o Porto local, o próprio Tropical Hotel, a Tecejuta etc.
Hodiernamente, asfaltam-se ruas sem o necessário serviço de drenagem (saneamento básico), lança-se água de esgoto, sem qualquer tratamento, no leito dos rios; tolera-se o assoreamento de igarapés; o lixo é despejado em lugar impróprio; portos fluviais improvisados são construídos, ao arrepio da lei, destruindo nossas praias; e por aí afora. Para quem reclamar?!
Só repensando nossas ações, por meio do exercício ativo da cidadania, é que podemos mudar esse contexto, para não chorarmos mais tarde sobre o leite derramado. Afinal, crescimento não é desenvolvimento.
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* Santareno, é advogado e ex-presidente da OAB/Santarém.
Comentários
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