por José Ronaldo Dias Campos (*)
A operação Faroeste, deflagrada em 2004 pela Polícia Federal em Santarém, estampada na mídia nacional, prendeu temporariamente nada menos que 22 pessoas neste Estado, dentre as quais: funcionários do Incra, políticos, advogados e servidores do MPF [Ministério Público Federal].
Em que pese à unidade do escopo (suspeita de corrupção no Incra), a PF instaurou, concomitantemente, dois inquéritos policiais para apuração dos fatos em tese tidos como criminosos.
Contudo, apenas um inquérito (mero procedimento administrativo/inquisitorial), justamente o que contemplava o menor número de indiciados (os menos destacados socialmente), resultou em processo, e prossegue na fase final de instrução, tramitando na Vara Única Federal da Subseção de Santarém.
O outro, talvez de maior expressão, não chegou sequer a ser denunciado pelo órgão ministerial, de maneira que processo inexiste até a presente data.
Enfim, se não há elementos para o oferecimento da ação penal com relação a um dos inquéritos, decorridos mais de 3 anos dos fatos, por que insistir com a denúncia com relação à parte menos significativa no contexto, malferindo o princípio constitucional da isonomia de tratamento?
Perguntar não ofende!
------------------
* É advogado santareno, ex-presidente da OAB/Santarém.
Comentários
Anderson Dezincourt
Porque será que o Jeso não republica os nomes dos que foram presos na operação Faroeste para que relembremos os santos e em que nuvens os mesmos se encontram hoje?!?!
O ilustre advogado está a serviço de algum dos envolvidos ou escreveu por altruismo e senso de dever?