Já ou Ainda
Não me pergunte se “já é”
Ou se “é ainda”
Não sei se agora começa ou finda
Não sei se agora é cedo ou tarde
Só sei dizer da chama que arde
Eu não sei se cheguei ou se estou indo
Não sei nem dizer do tempo... se é findo
Não quero pensar se é tarde ou cedo
Só sei dizer que perdi o medo
Não quero saber... a conta eu pago
Quando estou com você, não há tempo vago
Não quero saber da hora, agora
Quando for pra ir, eu vou embora...
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De Floriano Cunha, poeta e compositor santareno.
Não me pergunte se “já é”
Ou se “é ainda”
Não sei se agora começa ou finda
Não sei se agora é cedo ou tarde
Só sei dizer da chama que arde
Eu não sei se cheguei ou se estou indo
Não sei nem dizer do tempo... se é findo
Não quero pensar se é tarde ou cedo
Só sei dizer que perdi o medo
Não quero saber... a conta eu pago
Quando estou com você, não há tempo vago
Não quero saber da hora, agora
Quando for pra ir, eu vou embora...
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De Floriano Cunha, poeta e compositor santareno.
Comentários
Gostei, Manão.
Anderson Dezincourt.
Continua semeando poesia, mano velho! Como diria o genial Ferreira Gullar: "os poetas são sentinelas avançados da humanidade", a nos indicar caminhos quando tudo parece obscuro, aparentemente sem saída.
Beijos no coração, cabôco!
Samuca
BELEZA PURA! Gostei muito, mano!
Poesia cristalina e precisa. Sem exageros nem firulas, saiu à rua e encantou a todos, com sua beleza *nua*!
Em breve tomaremos umaS para comemorar!
Beijo no coração,
Celson
Em "Já ou Ainda", o uso de verbos na primeira pessoa ("Não sei", "Não quero", "eu vou embora") corrobora esse narcisismo poético, tão característico da chamada Escola Romântica, tão bem representada, entre outros, por autores como Gonçalves de Magalhães, cuja obra é considerada o marco desse estilo no Brasil.
Mas Floriano Cunha coloca seu toque pessoal, que destoa em certa medida do Romatismo tradicional. Pois aqui neste poema a amada não é a "medida de todas as coisas", "toda a razão do viver" do eu-lírico. Ele a busca, é verdade, ("Só sei dizer da chama que arde"), mas é um desejo contido, racional. Se não houver a receptividade da amada, diferente da anatomia romântica, o poeta acena a bandeira da resignação, da desistência do ser desejado - "Quando for pra ir, eu vou embora".
Melo Merquior