De estimação?

Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), do último dia 21:

"Animal de estimação" um título de honra para gatos, cachorros, papagaios, periquitos e mais alguns outros, como coelhos, curiós e pintassilgos. Quando se vêem tantos cachorros pirentos, magros e fedorentos, quando se vê gatos que andam pelos quintais alheios em busca de comida, quando se vê cavalos e bois de carga feridos ou, o dia inteiro, amarrados ao pasto com sol quente, fica-se a pensar: mas que tipo de estimação tem esses donos pelos animais?

Imagine se um desses pobres animais prisioneiros de uma gaiola, uma corda, uma asa cortada pudesse falar o que diria? Como diz a canga: "se o boi soubesse da força que tem, não puxava carroça e, a abelha a dor da picada, não roubavam seu mel..."

Um cachorro fica pirento e pega calazar porque não é tratado pelo dono; um gato fica louco porque vive abandonado pelo dono, sem higiene, apesar de o gato ser um dos mais higiênicos animais, porém domesticado pelo dono não recebe tratamento. Hoje, a sociedade mais civilizada já oferece cuidados à saúde de animais de estimação. Até o Estado já oferece vacinas contra raiva e outras doenças de animais domésticos.

Se, de fato, a pessoa tem estimação por seu cachorro ou gato, não deixa o pobre sem a vacina, que além de lhe garantir a saúde, protege a família e os vizinhos contra doenças perigosas. É uma questão de respeito pelos animais, ditos de estimação e respeito pelas vidas humanas.

Quanto aos outros animais, os passarinhos, araras e papagaios por que mantê-los aprisionados? Qual o ser humano que gostaria de ficar preso para deleite de outros? Não é que se fica indignado quando se descobre uma mulher maltratada pelo marido? E quando uma criança é explorada pelos pais?

Que dizer então de um papagaio que fica no quintal da casa e não pode voar porque as asas foram cortadas? E que dizer de um curió na gaiola a comer todo dia o mesmo alimento que o dono lhe oferece - e quando se lembra? Quando o passarinho canta e canta, o dono fica feliz, mal sabendo que o “canoro” curió está chorando e suplicando pela liberdade de voar. Afinal, passarinhos são criaturas, cuja felicidade maior é voar e cantar livremente.

Animais de estimação!! Será mesmo?

Comentários

Anônimo disse…
imagine se um dia nossos animais de extimaçao queiram inverter o jogo???????