O rio azul agoniza

O mais belo rio da Amazônia já mostra os primeiros sinais da sua lenta agonia. O processo de eutrofização determinado pelo boom de algas cianofíceas demonstram o descaso com este gigante de águas esverdeadas que considero o mais importante tesouro desta perola do Tapajós.

O resultado do estudo realizado pelo Instituto Evandro Chagas e solicitado pelo procurador promotor de Justiça Túlio Chaves Novaes, da 2ª Promotoria Criminal de Santarém evidencia o processo de degradação que todos desconfiavam já existir principalmente por que o alto nível de eutrofização está usualmente associado ao uso e ocupação do solo predominante na região.

A crescente eutrofização dos ambientes aquáticos é conseqüência das atividades humanas, causando um enriquecimento artificial dos ecossistemas. A utilização de adubos químicos e estrume, descarga de esgotos urbanos tratados ou não tratados e a rejeição de efluentes agro-industriais promovem um aumento significativo e descontrolado de nutrientes, favorecendo a floração de algas, entre elas as cianobactérias. (...)

Trecho do artigo O rio Tapajós agoniza, de autoria da bióloga santarena Elizabeth Vieira, doutora em Ecologia de Ecossistema e Recursos Naturais Renováveis.

[Clique aqui], para lê-lo. Não deixe de comentar.

Comentários

Anônimo disse…
ALERTA VERMELHO
Eis a parte conclusiva do estudo de autoria da Drª Elizabeth Vieira:

"A questão ambiental caminha lado a lado com a questão de saúde pública. É necessário(sic)uma atenção especial para este problema visto que usuários diretos das águas do Rio Tapajós podem estar sob riscos de doenças graves causados pela toxicidade das algas. Relatos de intoxicação humanas, causadas por algas cianofícias foram relacionadas no Brasil a partir de 1988, onde ocorreu uma floração de cianobactérias no reservatório de água de Itaparica/BA com a posterior intoxicação de 200 pessoas e destas 88 vieram a óbito entre março e abril do mesmo ano. Já em 1996, 123 pacientes renais crônicos, após terem sido submetidos a sessões de hemodiálise em uma clínica na cidade de Curuaru/PE, apresentaram sintomas de hepatotoxicose. Destes, 54 vieram a falecer até 5 meses após o início dos sintomas. A referida clínica, segundo Secretaria da Saúde, recebia água sem tratamento completo e usualmente era realizada uma cloração no próprio caminhão tanque utilizado para transportar a água em períodos de falha no abastecimento pela rede pública. Tendo em vista problemas relacionados à presença de algas cianofíceas na água de abastecimento público, o Ministério da Saúde implantou em 29 de dezembro de 2000 a Portaria nº 1469 exigindo uma análise mensal da água bruta em casos onde houver um número menor de 10.000 Cél/mL e uma análise semanal em casos de números de células superiores a 20.000 Cél/mL. Ultrapassando este limite exige-se, além da contagem, um exame mensal de toxidade da água bruta".

José Araújo
Anônimo disse…
CAUTELA.
Sabemos da necessidade de preservar a meio ambiente. Aliás trata de direito difuso.
Sabemos ainda mais da necessidade de preservar o majestoso rio tapajós. Meus filhos e netos deverão usufruir de sua água.
Isso é absoluto.
Entretanto, cabe um estudo mais acentuado sobre as algas que surgem nesse periodo no rio tapajós.
Lembro da minha infãncia-adolescência na margem do rio, quando tomava banho em frento do antigo hotel uirapuru e no velho trapiche. Naquela época, as algas (conhecidas popularmente por limo) havia em abundância.O único mal era a coseira.
Alerto para um estudo com maior profundidade e sem qualquer ideologia ou mesmo de sensacionalismo.
Sei que devemos preservar o rio tapajós. Para isso, é preciso realizar desde já um estudo conclusivo para que possamos cobrar providências dos Poderes Constituídos.
Entretanto, a cautela é necessária.
Amigo de Santarém
Anônimo disse…
Concordo com o "amigo de Santarem".
Devemos ter cautela em assuntos como este.
A proliferação das algas em determinadas épocas do ano vêm sendo detectadas há decadas pelos "leigos" (desde dessa época isso era efeito de efluentes em excesso?). Afirmações alarmantes, antes de divulgadas devem ser rigorosamente investigadas. Afinal, uma população inteira de seres humanos vive às margens desse rio e convive com estes "limos mortais".
Anônimo disse…
Talvez os cautelosos deveriam ler com mais atenção o alarme lançado nesse artigo de Elizabeth Vieira.
As algas são só um dos problemas detectados no Rio Tapajós. Tem muitos outros que geram sim preocupação e que precisam ser enfrentados com a máxima urgência.
As causas do descaso são colocadas bem claramente e todas são oriundas da ação humana urbana e rural.

Acorda Santarém!
Anônimo disse…
Aos anônimos,

O artigo é um comentário/diagnóstico, baseado nos resultados de uma pesquisa séria realizada por um Instituto de excelência (Evandro Chagas). Também tive o privilégio no passado de jogar frescobol e tomar banho na praia em frente ao trevo da calcinha (a única preocupação era o esgoto da antiga casa de saúde São Sebastião), além de contemplar o cenário maravilhoso da coroa de areia despontado nas proximidades do IBAMA. Hoje infelizmente isto não é mais possível. Espero sinceramente que tão somente o artigo sirva de alerta, para que possamos no futuro usufruir dos prazeres balneários das praias do Rio Tapajós com plena segurança. Infelizmente os recursos naturais acabam na maioria dos casos se extinguindo sim. Portanto temos que pensar e discutir soluções para um desenvolvimento sustentável cuidando dos nossos recursos naturais.

Elisabeth Vieira
Anônimo disse…
Caríssima Dra. Elisabeth,

Seu consistente e bem fundamentado artigo deve ser encarado por todos nós muito mais que um simples "grito de alerta".
É uma relevante contribuição, especialmente enderaçada aos homens & mulheres que hoje ocupam cargos públicos em Santarém, no governo do Pará e em órgãos federais.
A responsabilidade de cuidar do Tapajós é da sociedade, em última análise, mas os poderes públicos constituídos devem atuar, urgentemente, em nome da cidadania.
Afinal, como a Sra. escreve: "A questão ambiental caminha lado a lado com a questão de saúde pública. É necessário uma atenção especial para este problema visto que usuários diretos das águas do rio Tapajós podem estar sob riscos de doenças graves causadas pela toxicidade das algas". Prevenir, ensina a sabedoria popular, é sempre mais eficaz que "remediar".
Nenhum recurso natural é eterno, sobretudo se submetido a um tipo de exploração agressiva e lesiva de parte dos sujeitos humanos.
Gratíssimo pelo artigo. Com a palavra os órgãos públicos do setor de saúde, meio ambiente, Ministério Público etc...

Samuca
Anônimo disse…
Cara Dra Elizabeth,
Gostaria de saber se há porventura algum caso típico de doença detectado em ribeirinhos que possam ter ligações diretas com essas algas?

Couratari