Manifesto pela qualidade de vida em Santarém

por Manuel Dutra (*)




Preâmbulo

Tendo em vista a sensível e rápida deterioração da qualidade de vida na cidade de Santarém, em níveis que vão tornando a convivência social e o bem-estar individual cada dia mais difíceis e mesmo dramáticos, convido de modo veemente, insistente mesmo, a todos os freqüentadores regulares ou esporádicos deste Blog, e a todas as pessoas amantes de Santarém que tiverem conhecimento deste Manifesto, para darmos início a uma ação coletiva permanente (não a uma “campanha”) em favor da solução de dois problemas crescentes, embora muitas outras coisas devam ser consertadas em benefício de todos e da paz social.

Refiro-me ao aumento acelerado do calor e à desordem no trânsito.

O Calor: todos percebemos que a cidade foi e está sendo desarborizada rapidamente, produto da ação humana e de uma mentalidade que vê “progresso” tão-somente quando se constroem “obras”, espalha-se o asfalto e enchem-se as praças de “obeliscos” em vez de se abrirem espaços para a ventilação e o encontro entre as pessoas. As obras são indispensáveis, mas devem ser pensadas e projetadas para se harmonizarem às necessidades ambientais exigidas pelo conforto e bem-estar humanos.

Raramente, quando o poder público se refere a arborização, vem logo aquela velha idéia de que plantar árvores serve para “embelezar” a cidade. Ora, embelezar, sim, mas antes da estética, o bem-estar físico da sombra, da diminuição da quentura insuportável, da humanização do espaço público em todos os sentidos. Beleza e conforto físico se completam!

O calor que hoje sentimos nas ruas de Santarém não é o calor natural da Amazônia, mas é produto humano, do descuido. Há 20 ou 30 anos não era assim, logo, a pergunta: como estará a quentura daqui a outros 20 ou 30 anos? Que qualidade de vida terá o povo de Santarém? As filas nos hospitais públicos e postos de saúde são fruto de muitas outras causas, mas as doenças respiratórias, sobretudo, acentuam-se com o calor excessivo, especialmente em relação aos pobres, residentes em casebres contíguos, verdadeiros fornos a queimar a alma das pessoas. Nas ruas, trafegar de carro ou ir a pé torna-se um suplício.

Que sociedade estamos construindo? Que futuro temos? Estamos construindo um espaço no qual será impossível a convivência, o trabalho e a reprodução humana, neste momento em que, no mundo todo, os mais sérios cientistas atestam o aumento do calor, com todas as conseqüências que daí podem advir?

O Trânsito: O trânsito de Santarém já se tornou um caso de saúde pública, um escândalo, numa cidade ainda não tão grande, mas que já experimenta os mesmos problemas das megalópolis brasileiras: ruas asfaltadas sem as obras de drenagem, falta quase total de calçadas para pedestres, ausência de manutenção ensejando a buraqueira geral, esquinas perigosíssimas, motoristas visivelmente sem o mínimo preparo para conduzir um veículo.

Seria necessário um levantamento estatístico para sabermos quantas dezenas de jovens estão hoje jogados na cama ou na rede, sem pernas, sem braços e outras perdas físicas que os impedem de trabalhar, que destrói a vida de quem está apenas começando! Além do escandaloso número de mortes nas nossas ruas. Uma tragédia! Para os que precisam sair às ruas, a pé, de carro, ônibus ou moto, vem o medo, um medo onipresente.

As ruas de Santarém são hoje amedrontadoras, logo, somos uma população cuja qualidade de vida se esvai pelo temor do atropelamento, da simples travessia de uma rua, de um motorista que não sabe conduzir o veículo e, pior, não respeita o pedestre. Os problemas são muitos, entre eles, a péssima sinalização das esquinas, o excesso de velocidade não punido, ausência de guardas nos locais de maior fluxo.

Diante do exposto, proponho o que segue:

1. Todos os freqüentadores do Blog do Jeso, constantes ou casuais, que enviarem um comentário a este Manifesto, automaticamente se inscrevem neste movimento que não pretende ser uma campanha (campanha é palavra desgastada, coisa que tem começo, meio e fim), um movimento que seja permanente, uma imensa usina de idéias, sugestões e que, no médio prazo, produza efeitos práticos junto ao poder público e às forças organizadas da sociedade.

2. Este Manifesto não se propõe a ficar tão-somente na virtualidade ciberespacial, mas contribuir decisivamente para a produção de soluções, cobranças e ações diversas, pois a proposta não é ficar somente cobrando do poder público, porém mobilizar a sociedade inteira para realizar e cobrar respeito consigo mesma. Imposto se paga para ter retorno. Cidadão que trabalha e paga imposto não tem que se deixar levar por conversa de quem quer que seja. Precisa se mexer. Afinal, a cidade é de todos e não só daqueles que eventualmente acham-se no poder!

3. Todos os que enviarem um comentário a este Manifesto se comprometem a enviar não elogios, blá-blá-blá ou coisa parecida. Mas enviar idéias, sugestões, pensamento novo capaz de gerar ações novas e inovadoras;

4. Este Manifesto não cria uma entidade nem um movimento organizado, não pretende criar nem atuar como mais uma “entidade”, mas pretende ser um motivador de atitudes positivas das pessoas, individual e coletivamente, envolvendo entidades de todos os naipes, se assim o desejarem;

5. Como aqui não se propõe a criação de um movimento ou de uma entidade, o Manifesto não apresenta, nem apresentará coisas como um “coordenador” nem qualquer forma de administração ou burocracia. Propõe, tão-somente, ser uma chama coletiva, permanente, de permuta de idéias e cobranças justificadas, exigência coletiva aos detentores do poder para implementarem, urgentemente, políticas públicas que atendam à maioria da população e tornem Santarém um lugar bom e decente de se viver (Atenção: política pública não se confunde com ação governamental, mas com um projeto ou um programa de longo prazo, produto do debate e da decisão conjunta da sociedade com o poder público).

6. Caso alguns dos freqüentadores do Blog do Jeso o desejarem, e espero que o queiram, serão estimulados a se reunir presencialmente para discussões e mesmo para a formação de um grupo organizado de luta pela qualidade de vida em Santarém. Essa possível e desejada iniciativa será apoiada pelo Blog e pelo autor deste Manifesto, mas não serão a estes ligados institucionalmente;

7. Por fim, este Manifesto pretende ser tão-somente uma faísca, que ponha fogo em consciências adormecidas, em gestos de acomodação, que ajude a pôr fim às lamúrias que a nada levam. Queixar-se, nunca, agir, sempre! Cobrar e fazer!

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* Santareno, é jornalista e professor-doutor em Comunicação Social/Jornalismo.

Comentários

Anônimo disse…
Iniciativa brilhante. Conte comigo!

Celivaldo Carneiro
Anônimo disse…
Sacada genial, tem meu apoio incondicional.

Nariz de Botto
Anônimo disse…
Doutor Manuel Dutra,
é de muita valia sua proposta, que com certeza vai fazer acordarem "consciências adormecidas".
Nós, amantes de Santarém, nascidos aqui ou não, realmenmte precisamos cuidar desta terra, ainda para nós e não somente para os nossos filhos.
Há poucas semanas a SMT e as polícias Militar e Civil efetuaram ações repressivas contra condutores de motocicletas, regularizadas ou não, que faziam transporte de passageiros. Impressionante como foi perceptível a melhora do trânsito como um todo e o número de acidentes diminuiu de forma drástica.
Eu usei como termômetro para medir a quantidade de acidentes pela movimentação das ambulâncias e dos carros do Corpo de Bombeiros, com suas sirenes ligadas para prestar socorro a mais uma vítima dessa guerra urbana que nós estamos vivendo.
Suspensas as fiscalizações, já estão de volta os mototaxistas, as ambulâncias e os carros dos Bombeiros.
O momento para "quebrar o segundo ovo da serpente" é esse. Com um trabalho intensivo de fiscalização, esses tristes números que hoje nos são apresentados serã apenas estatística e farão parte tão somente de uma triste lembrança.
Quanto à questão da arborização, creio ser possível iniciar já os trabalhos. Quero contribuir.
Boa sorte para nossa terra e façamos a nossa parte.
Um bom Ano Novo para todos nós.

Floriano Cunha
Muito bem, então mãos à obra!
Realmente, necessitamos deste movimento.
Inicialmente, para que os autores (e atores) das obras de cimento, asfalto e areia que estão sendo implementadas nesta Pérola demonstrem uma visão menos simplista na assepsia provocada por tapetes de concreto (como na Orla)ou em asfaltamentos quilométricos das ruas. Um estudo superficial (uma conversa com moradores antigos) demonstraria que o carreamento de material arenoso em direção ao Centro provoca danos irreparáveis à hidrografia municipal (assoreamento, etc.). E já existem meios para evitar este ataque ambiental que provoca um aumento na temperatura da cidade, além de provocar uma diminuição na velocidade média dos veículos nas ruas: simplesmente colocando os redutores de velocidade de paralepípedos.
Então, professor, porque não criar uma página para aumentar esta discussão e angariar subsídios (idéias, informação, etc.)?
Minha ajuda está na mesa.
Anônimo disse…
Caro Dutra:

Sempre passo pelo blog para ler as notícias da terra e as vezes contribuir para o debate e também mandar algumas fotos amadoras tiradas nas minhas indas e vindas pela região. Hoje ao ler o teu manifesto fiquei feliz. Tenho o mesmo sentimento que tu tens com relação a nossa terra. É importante que as pessoas (todas)atentem para a responsabilidade que temos com os nossos filhos mais também com os nossos netos, bisnetos etc, etc, etc.
Lembrei-me agora da histórica carta do Grande Chefe Índio Siux respondendo ao governo Americano sobre a compra das suas terras. Disse o grande Chefe índio, que não entendia essa coisa de comprar algo divino (a terra)e que na verdade, afirmou ele, não compramos as terras dos nossos pais e sim tomamos emprestados dos nossos filhos, netos e bisnetos.
Considerando o pensamento do Chefe Índio, é importante que possamos entender que tomamos emprestada a cidade dos nossos netos, bisnetos, e que portanto devemos cuidar bem daquilo que temos por empréstimo.

Parabens e Feliz ano novo.

Podalyro Neto
Jota Ninos disse…
Um manifesto contra o caos

Um pouco antes de acessar o blog e ler esse interessante manifesto do mestre Manuel Dutra, conversava sobre este e outros temas que envolvem a administração da cidade com a própria prefeita Maria do Carmo nos corredores da TV Tapajós, após sua participação numa entrevista ao vivo no estúdio. A conversa era compartilhada pela Vânia Maia, diretora-executiva da empresa, e seguia o mesmo rumo das propostas aqui delineadas por Dutra.
Creio que a maior preocupação com Santarém é exatamente a qualidade de vida da população, que passa pela adoção de medidas necessárias para que problemas como os citados por Dutra não evoluam para um caos sem solução. Ainda é tempo de implementar políticas públicas que diminuam estes problemas e contribuam para aumentar, também, a auto-estima da população com sua pólis. E nisso Do Carmo concorda.
A questão do transporte urbano talvez seja a mais urgente.
O fenômeno dos mototáxis, por exemplo, surgiu no início deste século para nós e é decorrente de dois fatores sociais extremamente graves: a falta de empregos para a juventude e a demanda reprimida do transporte coletivo urbano que não atende satisfatoriamente o cidadão. Com relação ao segundo fator, as altas tarifas de táxi são impensáveis para resolver a carência de linhas ou pelo menos de uma melhor distribuição de ônibus para atender a população, o que tornou o mototáxi em salvação da lavoura.
Qiualquer um sabe que esperar um ônibus após os horários do rush (início e final da manhã e da tarde), quando as empresas deliberadamente retiram das linhas grande parte de sua frota, é um martírio! O desrespeito das empresas com o usuário é grande e desproporcional com todas as benesses que têm recebido do Poder Público em termos de aumento de passagem. A prefeita nos relatou que já há uma movimentação dos empresários por aumento de tarifa(!), mas garantiu que nem receberá em gabinete aqueles que ousarem falar disso, afinal eles ainda não cumpriram (como sempre fazem) com sua parte no último acordo com a prefeitura!
Santarém necessita de um planejamento do trânsito e do serviço de transporte coletivo, antes que a balbúrdia que hoje se verifica nas ruas chegue ao nível do que ocorre em Belém. Já escrevi recentemente que nossa Rui Barbosa, guardadas as proporções, se equivale à presidente Vargas de Belém, que pode ser considerada uma “sucursal do inferno”, “um gargalo do demônio” de assustar qualquer pessoa que por ali transita. Se nada for feito ali, o estrangulamento do trânsito vai piorar cada vez mais e as conseqüências serão ainda mais graves.
Tenho defendido reiteradas vezes que se pense na criação de mini-terminais de interligação rodoviária em alguns bairros-pólo, o que obrigaria as linhas de ônibus a circularem no trecho menor, com mais rapidez, e evitaria que todas as linhas convergissem para as ruas centrais, transformando-as em gargalos. Isso possibilitaria também, que um cidadão, por exemplo, pudesse sair do Amparo para a Jaderlândia, sem precisar pegar dois ônibus ou passar pelo Centro, já que o ticket comprado no terminal possibilitaria essa viagem de um extremo ao outro da cidade pelo mesmo valor. Do Carmo disse que já teria tentado realizar algo nesse sentido, mas encontrou empecilhos para a liberação de verbas junto ao Governo Federal, sob a alegação de que “Santarém ainda não precisa de um sistema desse tipo”. Pode até ser verdade essa sensação do Governo Federal, mas não se pode pensar em algo para o futuro, quando o futuro já está batendo à nossa porta! Como explicar que o Governo Federal liberou verbas para um viaduto na Cuiabá com a Fernando Guilhon, apostando no caos do trânsito quando a BR-163 estiver asfaltada? Creio que o conceito é o mesmo.
Vânia Maia citou, nessa mesma conversa, a experiência que viu de perto em uma cidade do interior de São Paulo, onde microônibus atendem às populações dos bairros mais distantes enquanto os ônibus comuns fazem rotas em avenidas principais, desafogando estas vias. Sugeriu que a prefeita busque exemplos em outras cidades que possam servir de modelo às nossas necessidade.
Se essa questão dos ônibus for resolvida, o mototáxi deixa de ser um problema e ai será preciso apenas um controle nas dezenas de milhares de motos que tomaram contas de nossas ruas e que ainda hoje, apesar da clandestinidade, mantém pontos de espera no centro sem que nada seja feito. E a população só deixará de utilizar esse serviço, quando o transporte coletivo for mais cidadão.
Mas como não sou especialista nesse tema, gostaria de ouvir opiniões mais abalisadas, como do Ari Rabelo, que entende de engenharia de tráfego (ou quem sabe outros leitores do blog, fora da cidade...).
Quanto à arborização, nada a acrescentar ao que disse Dutra. A prefeita, enquanto Promotora, teve sempre uma atuação aguerrida nas questões ambientais. Uma política de arborização não pode ser vista apenas pelo prisma “ornamental”. É o tipo de investimento no futuro da cidade que transcende o debate ecológico, já que nenhuma ONG coloca na pauta do dia qualquer pressão ao Poder Público para fazer disso uma política constante.
Outra questão que argüi com a prefeita, que tem a ver com os dois problemas já citados, foi a tão sonhada instalação da Guarda Municipal, pois de nada adiantará arborizar espaços públicos se não houver a presença de um agente que evite depredações e vandalismos. Ela disse que estão em sua mesa três projetos para criar essa Guarda, mas a instituição do serviço demanda a implantação de uma infra-estrutura básica (prédio adequado, equipamentos de comunicação, veículos e uniformes) e de pessoal qualificado, o que significa um alto custo que o município ainda não pode bancar. Aguarda um aporte de recursos federais e estaduais que possam ajudá-la a implementar este importante serviço.
Só nos resta aguardar que o já conhecido “alinhamento cósmico de estrelas petistas” (Maria, Ana e Lula), possam criar as condições para que se avance em busca desses objetivos.
E que o manifesto de Dutra seja para nós o melhor cartão de Boas Festas e Feliz Idéias Novas, em busca de uma Santarém mais humanizada num futuro breve!
Anônimo disse…
Tenho o prazer de assinar embaixo a sua idéia. Parabéns dr. Manuel Dutra pela idéia do Manifesto, brilhante mesmo. Santarém precisa de fguras como o sr. para romper a inércia e dar credibilidade apolítica para movimentos civis organizados que busquem a melhoria do bem estar coletivo.

Como o sr. solicitou, gostaria de contribuir humildemente com algumas idéias que julgo essenciais para cumprir o objetivo do manifesto de melhorar a qualidade de vida da população.


Sistema de drenagem e pavimentação das ruas da cidade e periferia e áreas mais elevadas da cidade, evitando o acúmulo de detritos e areia nos pavimentos existentes das áreas de confluência dos fluxos pluviais. Utilizar pavimentação de concreto ao invés de pavimento flexível com asfalto pois além da durabilidade, segurança (mais atrito) e qualidade, contribuirá enormemente para redução do aquecimento em função da cor predominente. Caso seja usado pavimento intertravado de concreto teremos ainda o benefício da redução da camada impermeabilizante que o asfalto cria.

É necesário que antes de pavimentar qualquer rua, seja feita:

Rede de esgoto sanitário com tratamento para minimizar a expansão da contaminação dos reservatórios de água subterrânea do município.


Rede de abastecimento de água potável com fluoração para prevenção de cáries e esterelização da água com pulverização dos pontos de captação e tratamento criando pequenas unidades descentralizadas de tratamento. Manutenção da rede existente e expansão de reservatórios para abastecimento contínuo para toda a cidade.


Os projetos de urbanização das vias públicas DEVEM conter como norma a arborização contínua com espécies adequadas e específicas para não interferir na queda de frutos nos veículos nem no desprendimento de muitas folhas para que venham obstruir as redes de escoamento pluvial. Existem muitas espécies que podem ser usadas, deixo para os especialistas.

Para ruas mais estreitas deve ser OBRIGATÓRIO o plantio de árvores em áreas de calçadas, definida pelo PLANO DIRETOR, criando uma faixa entre o meio fio e o início da calçada de pedestres.

Em ruas mais largas e com canteiro central, devem ter, obrigatoriamente, fileiras de árvores para sombra e não meramente decorativas como palmeiras imperiais ou açai por exemplo, apesar de serem árvores lindas, não teriam a função de proporcionar um corredor de sombra.


As espécies arbóreas podem ser produzdas pelo próprio município em áreas de terrenos baldios, em parceria com a Embrapa e outros orgãos públicos de pesquisa utilizando a mão de obra dos detentos da penitenciária agrícola e ou produzindo mudas nas escolas públicas onde poderia ser conjugada com uma disciplina de conscientização ambiental. Depois, os próprios alunos das escolas públicas criariam o senso de responsabilidade e relacionamento dos atos de plantio atual com um futuro de melhor qualidade de vida proporcionado pelo plantio anos antes.

Ainda na área de arborização, poderia ser estipulado uma área verde mínima por terreno, para manutenção dos quintais arborizados. Isto deve ocorrer por conscientização e não por lei.

No que cabe ao poder público, tanto prefeitura quanto governo do estado podem aproveitar as áreas onde existem prédios públicos e determinar uma normativa interna de possuir x% da área com cobertura de copa de árvores como exemplo para o restante das edificações privadas. Escolas e hospitais deveriam ter um percentual ainda maior por possuir reflexos positivos ainda mais diretos nas atividades ali exercidas.


Outra medida é exigir dos donos de terrenos baldios o plantio de árvores maiores, mas isso também fere o direito de propriedade. Se tiver que ser feito ou pode ser via incentivo da prefeitura (descontos no IPTU pra cada árvore plantada ou área sombreada) ou pura conscientização.

Também como ação direta deveriam ser criadas obrigatoriamente, em todas as praças públicas um dia para que a comunidade do bairro, sempre acompanhada de crianças, plantem árvores nas áreas das praças. Sempre com árvores frondosas e que proporcionem sombra e segurança (nada de castanheiras).

Mas atenção, não é só plantar a árvore, é preciso preparar o solo e abrir espaço para as raizes para que a árvore não se atrofie.

Santarém, ao contrário de Belém, não possui um jardim botânico ou bosque municipal. Não há mais na área urbana uma reserva de mata nativa com arvores frondosas e gigantescas que além de controlar o clima serviriam como mais um atrativo turístico e um refúgio para caminhadas, entretenimento e lazer para a população tão carente de áreas amplas e dotadas de paisagismo como lagos e gramados. O manifesto pode se encarregar de solicitar ao poder público a implantação deste.

Enfim, a idéia é tão boa que acabei me empolgando. Espero que possa somar algo. Gostaria de poder contribuir mais com o manifesto e ter o prazer de ver a cidade com a beleza e dignidade que merece ter mesmo que isso demore uns 20 anos. Sugiro ainda publicar o manifesto de maneira escrita e assinada. Parabéns Dr. Dutra e vamos manter viva essa idéia. Um feliz ano novo pra todos nós.
Anônimo disse…
Professor Manuel Dutra, lembro-me da época em os Pescadores JOGAVAM BOMBAS para matar os peixes nas proximidades do Iate Club e ali por perto da Praia do Maracanã. A flora e fauna ictiológica sofreram danos quase irreparáveis pela ação do homem.José Vicente Miléo, João Miléo (Dinda), Antônio Dezincourt e Anderson Dezincourt , pescadores amadores , sempre procuraram dar uma pequena parcela de contribuição na recuperação da área danificada. Porofessor Manuel Dutra, todas as vezes que saíamos para pescar no Maicá, no Arapiuns, na Ilha dos Patos ou mesmo aí em Frente, na Ponta Negra, dentro de nossas canôas motorizadas trazíamos sementes de varias espécies nativas da nossa Região e jogavamos ali por perto.Fizemos isso por vários anos. Doutor tenho certeza de que nossa ação deu resultado positivo.Não posso dizer com precisão que o verde voltou só em função dessas ações, mas, é um esforço concentrado entre os poderes constituídos, todos os atores envolvidos neste processo.Não jogamos nada no rio e nosso lixo volta e dado o destino adequado. Obrigado pelo MANIFESTO e conte também Incondicionalmente comigo. O meu Amigo Floriano Cunha foi brilhante em seu comentário, tal como os outros.Também amo minha cidde e quero vê-la sempre majestosa e limpa e mais arborizada.Feliz 2007 e continue produzindo esses artigos brilhantes.Antônio Dezincourt
Anônimo disse…
Doutor Manoel Dutra!, Obrigado pelo Manifesto pela Qualidade de Vida em Santarém. Professor Manoel Dutra, se cada habitante desta cidde fizer sua parte, reverteremos esse quadro em nosso favor, em um futuro não muito distante, como sugestão, esse Manifesto deve ser encaminhado a Gestora do município Dra. Maria do Carmo que com certeza deverá tomar as medidas necessárias para minorar o calor nesta cidade, determinando a Execução de um Plano de Ação com fotografias das áreas Urbanas desvastadas,do entorno da cidade e de todos os bairros que fazem parte da nossa querida cidade.Providenciar a reprodução desse Manifesto e distribuir nos bairros, nas Universidades,Faculdades, Escolas Públicas e Particulares, assim como, as fotografias ampliadas das ruas e apontar as possíveis soluções para o problema focado:Falta de arborização, prolemas no Trânsito, Lixo Urbano,etc. Se almejamos uma qualidade de vida excelente, deveremos fazer nossa parte. Professor Doutor Manoel Dutra, lembro-me da ação dos pescadores que jogavam BOMBAS em frente o Iate Club e nas proximidades do Maracanã, o verde sumiu e deu lugar a troncos secos e retorcidos, a fauna e a flora ictiológica sofreram danos irreparáveis. José Vicente Miléo, João Batista Miléo (Dinda) Anderson Dezincourt e Antônio Dezincourt(Rolinha) Pescadores amadores, sempre que voltavamos do Maicá, do Arapius, da Ilha dos Patos e até mesmo aí da Ponta Negra, trazíamos em nossas canôas motorizadas sementes de ávores nativas da região de várzea e lançavamos na região atigida pela ação impensada dos Bombeiros.Sei que o verde já voltou, os peixes voltaram e estão reproduzindo no local, sabemos que os Órgaos responsáveis, como o Ibama, a Polícia Federal, a Colônia dos Pescadores, as Associações de bairros, a Policia Civil e todos nós,que moramos e amamos Santarém fomos os verdadeiros responsáveis pela retiradas dos Bombeiros daquela área.Não tenho como afirmar que o nosso trabalho foi tão importante,mas, fizemos a nossa parte.Conte comigo incondicionalmente e tenho absoluta certeza de que tanto a Dra. Maria do Carmo e o Dr. Everaldo Martins darão seus apoios a esse Manifesto.Obrigado mais uma vez pelo Manifesto e um 2007 mais VERDE pra todos nós e com menos acidentes no Trânsito. Um abraço. ANÔNIO DEZINCOURT
Anônimo disse…
Prezado Dutra,

Ausente há mais de 30 anos de Santarém, não me sinto a vontade para oferecer qualquer tipo de sugestão plausível que possa contribuir com sua iniciativa. Afinal, alguém com justa razão poderia dizer: quem é esse que se atreve a opinar? não reside aqui...
Porém, tendo aí nascido e vivido até aos 19 anos, invoco minha condição de filho da terra, Tapajoara, Amazônida que sou para dizer que sou a favor de toda e qualquer manifestação que busque a melhoria da qualidade de vida da população de Santarém.
Receba meu apoio incondicional.
Parabéns pela iniciativa.
Um grande e forte abraço.

Luiz Aurélio Imbiriba da Rcoha
luizimbiriba@ig.com.br
Anônimo disse…
Quando morei em Palmas/TO, de 1994 a 1996, o horto municipal que produzia as plantas para ajardinamento das avenidas e produção de mudas de árvores, envolvia a utilização de menores carentes. Claro que havia os críticos de plantão que desaprovavam a utilização desta mão-de-obra. Mas também não se via as hordas de desocupados encontrando o que fazer em formações de gangues abastecidos com 51.
Milton Mauer
Anônimo disse…
Caro Manuel Dutra, sou estudante de Letras da Universidade Federal do Pará e fiquei muito interessado no que concerne ao planejamento urbano, que, leigo como sou no assunto, percebo o erro em que caem nossas administrações públicas em não se preocuparem com o modo como gerar progresso respeitando o homem e o seu meio. Gostaria de sugerir a criação de um forum permanente, envolvendo as universidades. É possível que grandes contribuições tenhamos para pensarmos soluções visando sanar as deficiências por denunciadas e outras.

Fagner
E-mail: fag.nerf@hotmail.com
Anônimo disse…
Caro Dutra.

Outro dia fui ao teu encontro para me apresentar. Falei de minha admiração pelo que tu escreves e por tuas idéias. Tive a satisfação de nos falarmos em plena margem deste grandioso rio Tapajós, na praia do pajuçara. Acho que fugias do calor e do trânsito.Tu tomando aquele banho de rio e eu velejando. Ontem, primeiro dia do ano, recebi vários presentes. Além de um belo dia de sol e vento, recebi meus amigos Samuel Lima e Eduardo Serique.
Na mesma praia e mesmo rio que te encontrei, Samuel, Eduardo e eu fomos dar um bordo em meu pequeno barco à vela. O Samuel olhou para a popa do barco, que singrava o Tapajós só com a força de uma brisa, sem calor ou barulho e falou, baixando um pouco cabeça não sei se para se livrar da retranca ou para apertar mais o coração: “ é a mansa corrente de um rio que eu trago correndo nas veias...”( Otacílio Amaral e José W. Malheiros) Eduardo e eu formos despertos pelo mesmo sentimento.
O barco continuava seu curso rumo à beira e eu tive a certeza que nesta terra alguma coisa muito forte nos une e pode ser a fonte de nossas ações: nossa cultura. Para um povo que nunca conheceu um rio como o nosso (e falo do trio Amazonas, Tapajós e Arapiuns), nunca navegou de cara com o vento, ouviu o silêncio do mato ou comeu pimenta na sombra de uma árvore na beira da praia, pouco importaria a elevação do calor ou o caos no trânsito.
Para nós, o calor excessivo importa, pois Santarém era Pajuçara, era Carapanarí, era Cururu, era Arapiuns... Santarém era um lugar seguro para se atravessar à rua. Não pretendo ser romântico e saudoso, para trazer tudo isso de volta em lugares onde o ser humano já resolveu colocar os pés. Mas também não quero ter medo de atravessar a praia. Não quero ver este povo sem cultura, mutilado e vilipendiado.
Cometemos e continuamos com vários erros em nosso “desenvolvimento”. Os jovens, sem emprego e também cultura, morrem menos, porém se acidentam mais. Estamos formando uma legião de mutilados. Em 2006, de janeiro a dezembro, foram registrados em nosso setor de epidemiologia do hospital municipal de Santarém 3 142 acidentes de trânsito. Destes, 1 870 (60%) foram por moto. No mínimo, 390 pacientes foram operados para correção de lesões graves, devido a acidentes com motos. Como o Hospital Municipal de Santarém atende toda a região (em média 40% das cirurgias grandes são de outros municípios), estimamos que só na cidade de Santarém tivemos 234 pessoas operadas por acidente com moto em 2006. A taxa de morbidade para algumas seqüelas físicas, por pelo menos 1 ano, ultrapassa os 90%. Isso significa dizer que a cada 36 horas temos mais um mutilado na cidade. Os custos diretos e indiretos deste agravo à saúde são extremamente elevados. Considerando-se acidentes gerais de trânsito, como também carro, ciclista e pedestre temos 1 acidente com seqüela a cada 24 horas só em Santarém. Além das seqüelas físicas, existe o que podemos chamar de seqüela social. Criamos uma multidão de beneficiados do governo, e dependentes de ajuda familiar, que mesmo depois que estão aptos ao trabalho não sabem ou não querem ser mais produtivos na sociedade. Talvez essa seja a pior das lesões: uma ferida na dignidade e na moral. A continuar com esta tendência, teremos mais e mais pessoas deficientes e pedindo esmolas na rua. É mais fácil permanecer na cidade que voltar para o interior com a capacidade física alterada. Então, somaremos também os acidentes de outros municípios, que permanecerão nesta cidade a procura de tratamento e por último de esmolas.
O governo municipal não pode ser considerado como culpado. De uma forma ou de outra, é a instituição mais atuante, até mesmo pelas forças de suas obrigações. Mas como sociedade, o que temos feito? Qual projeto de educação ambiental ou no trânsito está sendo colocado em prática na cidade, por uma iniciativa popular? A iniciativa privada, ainda não vislumbrou a possibilidade de ser mais participativa? Acho que se o governo chora, e com razão, dos parcos recursos frente a gastos astronômicos, a sociedade engrossa o coro das lamentações da passividade. Ao governo, ainda restará a penosa tarefa de arrumar fundos para um centro de reabilitação, que ainda não temos. Até agora, não prevenimos. Também não reabilitamos.
Entre janeiro e novembro de 2006, nada menos que 4 448 pessoas, a maioria crianças, foram atendidas no hospital municipal com febre, vômito e diarréia. Uma média de 1 caso a cada 2 horas, entrando pela porta da emergência a procura de auxílio. Além das condições sócio-econômicas envolvidas na etiologia desta ocorrência, sem dúvida o calor excessivo piora o nível de desidratação. Piora a irritabilidade de quem está doente e aumenta o sofrimento.
Acho que devemos ser saudosistas no momento em que podemos resgatar nossa cultura de reuniões e papos a beira do rio. Resgatar música e poesia, de forma responsável e contínua. É nesse momento que coisas sérias acontecem. Idéias viram ações. Precisamos acreditar que temos algo em comum “correndo nas veias”. E que isso possa até ser manso, mas não passivo. A faísca, meu estimado Dutra, tu acabaste de nos dar. A chama depende de cada um. Conte comigo.
Erik L. Jennings Simões
Neurocirurgião do Hosp. Municipal
Anônimo disse…
Caro Manuel Dutra e todos os que abraçaram esta idéia.
Nada como começar o ano com uma chama forte e otimista como esta. Não quero ser redundante, e diante do exposto nos comentários acima (muitos destes provenientes de pessoas que admiro muito pelas atitudes em favor de nossa terra), temos o quadro muito claro e ótimas sugestões; o que fazer pra colocar mais lenha nessa fogueira? Vamos às discussões e as ações.
Quero deixar registrado meu apoio incondicional a todos aqueles que tem esse sentimento correndo nas veias (sentimento forte e que me faz acessar este blog com tanta frequência)
Parabéns pela iniciativa!
Michela Figueira (michela@cena.usp.br)
Anônimo disse…
Caro Manuel Dutra e todos os que abraçaram esta idéia.
Nada como começar o ano com uma chama forte e otimista como esta. Não quero ser redundante, e diante do exposto nos comentários acima (muitos destes provenientes de pessoas que admiro muito pelas atitudes em favor de nossa terra), temos o quadro muito claro e ótimas sugestões; o que fazer pra colocar mais lenha nessa fogueira? Vamos às discussões e as ações.
Quero deixar registrado meu apoio incondicional a todos aqueles que tem esse sentimento correndo nas veias (sentimento forte e que me faz acessar este blog com tanta frequência)
Parabéns pela iniciativa!
Michela Figueira (michela@cena.usp.br)
Anônimo disse…
Olá a todos.

Eu acredito mto, e a história está ai para confirmar, nos boicotes. Infelizmente essa gente pensa com o bolso, e é ele que devemos atacar. Estive apenas uma vez em Santarém (sou de são paulo, onde o medo de vcs já é realidade) e pude perceber que o "poder" de poucos vem do suor de muitos. Sendo assim, acredito que se muitos pararem, poucos vão chorar.

pense nisso.

estou aqui pra ajudar no que quiser.

massacots@hotmail.com

abs
felipe "miojo"
Anônimo disse…
Passei para registrar minha total adesão ao manifesto brilhantemente lançado pelo "cumpadre" Dutra.
Santarém precisa de melhoras urgentes nestes e em outros pontos (saneamento básico, por exemplo) primordiais para o bem estar da população.
Para isso é necessária a continuidade dos debates, para que as idéias sejam colocadas em prática. Apóio a reunião presencial para formalizar ainda mais o comprometimento com o manifesto, afim de transformar as idéias em metas, definir métodos e estipular prazos.
Santarém precisa, mais que nunca de todos que estão realmente interessados em mudanças.
Anônimo disse…
Caro Dutra,

Quero deixar aqui o meu apoio, ainda que um pouco atrasado, ao seu manifesto. Ainda nesse domingo o Fantástico anunciou em matéria que esse ano de 2007 promete ser dos mais quentes já vivenciados pelo homem. Pra nós que moramos numa região já naturalmente tórrida, essa notícia é no mínimo alarmante. São necessárias providências urgentes, ou corremos o risco de, em pouco tempo, não podermos mais sair às ruas, sob pena de desfalecer de calor.
Já falaram bastante da questão da arborização das ruas; gostaria de levantar outro ponto: nossas praças também carecem de proteção de árvores. Parece haver uma mentalidade de que praça 'boa' é aquele espaço totalmente aberto, sem nenhum tipo de cobertura. Isso talvez seja verdade na Europa de clima ameno, mas aqui em nossa região se traduz simplesmente em espaços totalmente inabitáveis durante o horário diurno. É imprescendível uma proteção contra os raios solares!
Dou como exemplo desse problema a pequena praça recentemente inaugurada em Alter do Chão, perto do terminal de desembarque de turistas. Passei por lá outro dia e o calor era simplesmente insuportável. Gostaria até de ter um termômetro para registrar a temperatura no local. Desnecessário dizer, não havia ninguém por lá esse horário. Agora imaginem uma frondosa mangueira, ou alguma outra árvore, nos brindando com sua sombra. Com certeza um cenário muito mais aprazível, muito mais propício ao lazer e a socialização, que afinal são as finalidades de um espaço público como esse.

Abraços,

Pedro Ivo Dantas
Anônimo disse…
Também quero manifestar minha adesão a este movimento tão lucidamente disparado pelo jornalista Manuel Dutra, meu colega de Rádio Rural lá por volta de 1990.
Como professor de ensino superior penso que o contingente "universitário" de nossa cidade poderia ser uma força em prol dessa luta.
Projetos de pesquisa e de extensão, ações pedagógicas, atividades de estágio e de intervenção comunitária, como debates nas escolas de educação básica, plantio de mudas, etc. Muita coisa pode ser feita interdisciplinarmente a partir do meio acadêmico local.
Coloco-me a serviço desta causa.
Parabéns pela idéia.

Prof. Sandro Cavalcante
profsandro@netsan.com.br
Anônimo disse…
O manifesto de Manuel Dutra trata das questões de qualidade de vida em nossa cidade. Como cidadão, apoio estas preocupações e levanto outra que é de fundamental importância para quem quer desenvolvimento econômico e social.
Na área da tecnologia e da interligação de nossa cidade ao mundo, vivemos praticamente na idade da pedra. E nesse quesito como em tantos outros, a nossa cota de submissão, subserviência e acomodação parece inesgotável mesmo.
Santarém, como quase todas as cidades amazônicas tem seus serviços de telecomunicações baseados em satélites, o que os torna todos bem mais caros, devido aos altos custos para se lançar e manter um satélite funcionando. Não bastasse isso, temos o mais alto percentual de ICMS sobre serviços de telecomunicações da federação. E quem reclama disso? Ninguém!
Algum tempo atrás os assinantes de serviços de internet receberam suas contas com algo em torno de 25% de aumento graças, segundo a operadora, aos impostos que não vinham sendo repassados e que agora serão cobrados dos consumidores!
Não sei como as associações empresariais e clubes de diretores lojistas da nossa região não atentam pra esse problema, ou se atentam, por que não tomam nenhuma atitude de pelo menos reclamar junto ao governo estadual e pedir um mínimo de incentivo na forma de redução dos percentuais?
Recentemente, a operadora responsável pela maioria das conexões de internet no Brasil majorou os preços para contratação de novos links, entretanto como existe a concorrência de outras operadoras, o usuário destes serviços acaba tendo opções para escapar destes reajustes. Pela falta de opção, os preços que vem caindo em todo país tendem a aumentar em nossa região.
A internet que temos não é a mesma que o resto do país tem, simplesmente pela baixa velocidade de conexão que chega até nossas casas. É óbvio que não estou sugerindo que tivéssemos uma internet com a qualidade das conexões do sul do Brasil, região onde têm sido investidos milhões de reais em infra-estrutura nos últimos anos, mas pelo menos que se garantisse um acesso confiável para as empresas que hoje necessitam do acesso.
Serviços já amplamente utilizados em outras partes do país, como voz sobre internet, vídeos, etc., ficam seriamente prejudicados dificultando com isso ainda mais o acesso das empresas locais ao mercado, disponibilizado pela internet.
Não adianta “estourar” com os provedores locais, reclamar da lentidão e da falta de qualidade nos serviços. Eles simplesmente não têm culpa, tampouco têm como resolver o problema.
Precisamos de um movimento que reúna a classe empresarial, sociedade civil organizada e a classe política para defender os interesses da região, desde a arborização de nossa cidade até a nossa comunicação com o mundo.
Sem essas preocupações, como imaginar um novo estado que prime pela cidadania e pela inclusão social? E como falar em inclusão social se vivemos uma exclusão digital?

P.S.: Sabe aquele serviço de internet rápida pelo telefone que todo mundo vive esperando? Pois é, continue esperando...

Grazziano Guarany, consultor de Informática.
Anônimo disse…
Guarany, esta questão que você levanta é fundamental para todos nós do Oeste do Pará. Creio que sua solução terá um impacto como se uma nova estrada (uma BR-163) que passe a ser acessível a toda uma população hoje marginalizada no acesso a via digital.
Temos notícia que no linhão de transmissão de energia que chega a Santarém tem um cabo de fibra ótica que pode ser usado nesta finalidade, mas se não houver concorrência no provimento deste serviço, ficamos refém de um único fornecedor, que é a situação atual.

Moacyr Mondardo Júnior
Anônimo disse…
Pode contar comigo, assino em baixo.

Sebastião Rodrigues
Anônimo disse…
Primeiramente peco desculpas pela minha adesão tardia neste manifesto... Nao vou adentrar no mérito da questão ambiental porque o desrespeito, ignorância e falta de cosnciência com que o fato vem sendo abordado, me deixa tão chateada que eu poderia perder a linha nos meus comentários... Agora, com relacão ao transporte coletivo eu nao consigo entender porque a Prefeitura cede qndo os empresários donos de ônibus pressionam p/ aumentar o preco da passagem... sabendo que é um servico que deixa muito a desejar pois os motoristas são mau educados, correm demais, nao param pra idosos, os onibus são imundos,depois das oito horas da noite a gente passa uma vida na parada esperando ônibus... Poxa!!! pra uma cidade que aspira ser Capital do Estado do Tapajós ter alguns servicos como transporte coletivo se comportanto de uma maneira provinciana é triste!!!! sem contar que os mesmos ainda nao cumpriram a parte que lhes cabem do último acordo com a prefeitura... Um outro problema de Santarém é o número cresente de acidentes no transito... É claro que se nós tivessemos um servico de transporte coletivo decente a populacão nao precisaria dos mototaxistas e esta classe deixaria de existir (afinal de contas viviamos sem eles) ... Pow... tem gente de tudo quanto é município vizinho trabalhando como moto-táxi, muitos sem habilitacão, sem a menor preocupacão e respeito com quem está usando o seu servico... Tem que ter educacão no transito... nao adianta encher a cidade de semáforo e placas e etc... se o cidadão nao respeita!!! Eu nao vou ficar apontado o dedo pro Governo, porque a populacão tem que ter consciencia dos seus deveres e responsabilidades diante desse quadro desolador de mortes e mutilados vítimas do transito de nossa cidade... O problema é complexo e todos tem que assumir as suas responsabiliades!!!!

Carla Ninos