Nem bem as praias começaram a aparecer, eis que figuras que se pensou sepultadas voltaram a perturbar banhistas, moradores e comunidades ribeirinhas de Santarém.
Motoqueiros, jipeiros et caterva estão de volta. Azucrinando o lazer, o bem-estar, passando por cima de leis ambientais e ameçando a vida de quem cruzar o caminho deles.
Ontem, por pouco, um acidente não tirou a vida de uma criança na praia de Pajuçara, por obra desses trogloditas urbanos e suas máquinas barulhentas.
Motoqueiros, jipeiros et caterva estão de volta. Azucrinando o lazer, o bem-estar, passando por cima de leis ambientais e ameçando a vida de quem cruzar o caminho deles.
Ontem, por pouco, um acidente não tirou a vida de uma criança na praia de Pajuçara, por obra desses trogloditas urbanos e suas máquinas barulhentas.
Comentários
É muito bom ver ônibus levando pessoas humildes para as praias e observar que mesmo a população mais carente pode curtir as maravilhas naturais da região sem gastar muito, proporcionando momentos de alegria e descontração aos seus filhos e parentes.
Infelizmente, grupos de pessoas irresponsáveis, munidos de armas motorizadas não se dirigem à praia para usufruir da natureza e contemplar a beleza em companhia dos amigos, esposas e filhos. O prazer é outro. O exibicionismo e o uso da praia como via pública não demonstra somente o desrespeito ao ambiente natural mas também às pessoas que ali estão curtindo seu raro momento de lazer e ócio semanal tendo que se preocupar se seus filhos vão ser atropelados por um irresponsável geralmente alcoolizado em seu veículo de suplementação hormonal.
O tráfego de veículos (motos, carros 4x4 e similares) nas praias só traz prejuízos, preocupação riscos e prazer momentâneo para aqueles que se sentem superiores aos demais por possuir um meio de exibição.
Uma cidade que pretente ter no turismo a sua principal fonte de renda, não pode permitir que a sua "galinha dos ovos de ouro" seja literlamente marcada por rastros de máquinas. Que turista sente-se seguro ou pode contemplar as belezas do nosso tapajós enquanto motos e jipes cruzam sua frente em alta velocidade? A paz e a tranquilidade dão lugar ao medo e a incomodação.
O trânsito de veículos deve tornar-se crime, não somente do ponto de vista ambiental ou como estratégia turística mas também por respeito às famílias santarenas no seu merecido local de descanso e lazer.
A comunidade santarena não pode ficar de braços cruzados para o que vem acontecendo nas nossas praias. Tive a oportunidade de ver no último final de semana vários veículos (muitos com a foto de alguns candidatos a deputado de Santarém) trafegando nas praias de Santarém e Belterra. Tentamos o tempo todo copiar aquilo que parece ser "moda" na capital do estado.
Costumo dizer que antes a preocupação de nossos pais quando íamos a praia era evitar afogamento nos perais deixados pelas hélices das embarcações; tomar cuidado com as arraias e os seus venenosos ferrões e no máximo cortar o pé em algum pedaço de vidro deixado por algum banhista desavisado na praia.
Ser atropelado por veículos em alta velocidade nas nossas praias faz parte do novo cuidado a ser tomado pelo cidadão e pelo turista (se é que terá turista com tudo isso). Seria interessante que pudessem (sociedade organizada, Ministério Público e prefeitura)imediatamente discutir estratégias de como proteger a integridade física do cidadão que ultiliza a praia como uma das alternativas de lazer.
Em Alter do Chão, é um verdadeiro assalto. Sem fiscalização e movidos pela usura, os vendedores da Vila cobram o triplo do valor cobrado na cidade. Isso sem contar a demora no atendimento e a falta de educação dos vendedores.
Com o Sairé, a coisa tende a piorar.
No último sábado, por exemplo, um prato (pequeno) de vatapá era vendido a três reais. Imagine-se o preço do peixe nas barracas da praia.
O pior é que não temos a quem recorrer.
Sofremos com os trogloditas motorizados e com os barraqueiros avarentos e indolentes.
Estou nesta briga há sete anos. Carro e moto nas praias não só podem passar por cima de nossas crianças, como também atropelar nossa cultura. Quem agora se arrisca a fazer uma piracaia no Arariá, e dar aquele sono na areia até o dia amanhecer? Várias situações já aconteceram de quase atropelamentos à noite! Qualquer barulho estrondoso, não pense que são as guaribas não, é carro mesmo! Saaiii da frennteee!!!! Idiota! Disse, certa vez um pessoa de um carro, para um banhista. Se der, passarei mais 70 anos não concordando com isso. Autoridades, atitude!
Todo aquele que mora ou visita Santarém e já teve o prazer de freqüentar suas praias, sabe do que estou falando: praias de areia fina, de águas cristalinas, um vento maravilhoso.
Mas até quando??
Muitos de nós ainda conseguem se lembrar de que algumas décadas atrás a diversão da população era ir à praia da frente da Cidade. Isso era programa de família. Acessível a todos. Divertíamos tomando banho, jogando bola, passeando na câmara de um pneu de caminhão. O Iate Clube, por exemplo, não era para todos. Mas a maioria não sentia falta, pois tínhamos as praias bem ali (imaginem o "beiço" um pouco esticado para indicar a direção).
Naquele tempo você podia escolher: praia da frente da Prefeitura (atual Museu), da Santa Casa, do Mercado Modelo, a Coroa de Areia, a Vera Paz, a praia de Maracangalha, etc.
Então, eis que a ganância humana e a incompetência do Poder Público nos retiram o direito ao lazer nestas praias.
Mas o santareno não vive sem a praia. Ele precisa dela.
Aí ele encontra um jeito e chega até a praia do Maracanã, que logo é ocupada por barraqueiros que simplesmente fecharam o acesso à praia. E agora eu vi uma novidade lá: estão construindo tablados para aumentar a área do bar.
Então, o santareno foi buscar lazer na praia de Alter-do-Chão, que é linda, mas não pode mais ser considerada uma praia pouco acessível e que, por isso, precisa de estrutura (ex.: banheiros, coleta de lixo, campanhas para a conscientização da população local e dos visitantes, para que recolham o lixo, para que revejam os valores cobrados, etc.). Que tal chamar os presidentes dos botos e exigir uma contraprestação nesse sentido?
E aí, para piorar, vem esta questão dos jipeiros, que precisa ser urgentemente tratada pois afeta a todos. E como o blog é acessado por muita gente (ex.: Prefeitura e Câmara Municipal, Ministérios Públicos), não dá para alegar ignorância ou desconhecimento do assunto.
Aqueles que conhecem Belém sabem que as pessoas que aqui residem, quando querem ir à praia, têm que se deslocar até Outeiro, Icoaraci, Cotijuba ou, para aqueles que têm um pouco mais, ir até Mosqueiro ou Salinas, para ter um lazer que os santarenos têm com mais facilidade.
Mas Salinas é uma loucura, porque você tem que ficar preocupado em não ser atropelado por um carro, uma moto ou um quadriciclo.
É nisso que se transformará Alter do Chão?
Em Salinas não dá mais para tirar os carros das praias, mas em Santarém ainda dá.
Tem outra coisa insuportável em Salinas e Mosqueiro: a disputa para ver quem tem o som do carro mais potente. E isso também está acontecendo em Santarém há algum tempo.
Espero que isso não aconteça.
Jarson Silva