Cosanpa: esgotada a paciência




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de hoje:

Até quando irá a paciência da população? Até quando as autoridades constituídas ou nomeadas irão ignorar as vozes das ruas, dos bairros e das comunidades? No bairro da Esperança, há três meses um tubo de distribuição de água na rua está quebrado e jorrando água continuamente, já prejudicando o asfalto da rua.

A Cosanpa foi procurada por diversas vezes pela liderança do bairro. Nada feito, o estrago continua. Nestes dias, a direção da Cosanpa foi mais uma vez procurada pela líder da assosciação do bairro e a explicação no poderia ser mais simplória e desprezível. Disse um chefe que a peça quebrada, uma luva, não tem aqui na cidade. Só em São Paulo. Imagine! Três meses para vir uma luva hidráulica de São Paulo, e ela deve pesar uns dois quilos, no máximo.

Ao mesmo tempo, no bairro Santo André, com mais de duas mil famílias, não há água da Cosanpa. A população de lá se vale de colher água de poços semi-artesianos, nem sempre sadios.

Agora vem o arremate da reflexão. No próximo sábado, dia 30, deve encerrar o contrato entre a prefeitura municipal, responsável pelo abastecimento de água na cidade, e a Cosanpa, concessionária do serviço. Foram 30 anos de maus serviços, ao ponto de agora falarem que serão necessários entre 30 e 40 milhões de reais para recuperar todo o sistema de abastecimento de água da cidade.

Então, a prefeita irá renovar o sofrimento da população, entregando novamente a concessão à Cosanpa? Ou respeitará os resultados das consultas públicas feitas uns meses atrás e que rejeitaram 100% a Cosanpa?

Despois de saber que a empresa deixa um bairro estragar água por três meses por falta de uma pequena peça e deixa outros bairros sem água, por tempo indeterminado, ainda irá cometer esse desatino? A população irá aceitar passiva e conformadamente isso?

Uma prefeita que consegue recursos federais para obras secundárias, não poderá conseguir recursos para uma obra tão essencial para o bem da coletividade? Nos próximos dias se saberá que compromisso tem a Prefeitura de Santarém em relação ao serviço de água à população.

Comentários

Jota Ninos disse…
Concordo com o comentário do Pe. Edilberto e até já escrevi sobre o tema em minha coluna semanal no Diário do Tapajós, que pode ser lida neste link: http://jotaninos.blogspot.com/2005/11/o-que-falta-para-invadir-cosanpa.html
Anônimo disse…
Edilberto, municipalizar ou não esse seria o problema?
tem vantagens e desvantagens nisso, que tem que ser bem avaliadas.
O problema real é a falta de Água e o descaso do Estado dono da Cosanpa.
Acredito que seria melhor esperar o resultado das Urnas e torcer com a derrota desse Governo.
Depois ficaria mais facil definir o rumo, a mobilização popular e inclusive a viabilidade de uma municipalização.
Anônimo disse…
O problema são as opções ao PSDB. Ana Júlia, Edmilson e Priante. "Se correr o Bicho Pega se ficar o Bicho come". Help (opsss. Socoooorro)
Anônimo disse…
Esperar, esperar e esperar...

Eis o que fazemos padre Edilberto.

Esperamos que aqueles que elegemos e pagamos resolvam nossos problemas.

Parabéns por ter tocado no assunto de extrema importância para o município que tem o maior rio do mundo passando à sua frente e tem um abastecimento de água africano.

Municipalizar a cosanpa é mais do que conquistar a carta de alforria para o tão sonhado saneamento e abastecimento dignos, é a chance de provar que podemos administrar uma estatal municipal que pode servir de embrião para a futura companhia de saneamento do estado do Tapajós!

Temos que pensar grande!
Uma empresa de saneamento e abastecimento local só trará benefícios, porém, é preciso ter consciência de que a criação de uma empresa municipal exige competência e ética na gestão, caso contrário, teremos mais um elefante branco que só servirá de cabide de empregos para os prefeitos.

Essa é a hora de vermos o grau de comprometimento e a capacidade de realização desta prefeitura.
Estamos observando!