Leitor(a) que não se identificou fez o seguinte desafio, aqui no blog, ao neurocirurgião Érik Jennings:
Nossos médicos aí... que recusaram salário de R$ 10 mil (20 dias), pois achavam uma migalha. Isso para atender as populações dos Lagos e Rios com o barco de atendimento da Prefeitura. Que tal, Dr. Erick? Por que não topar? Falta de equipamentos? Condições? Muito sacrifício?
Na lata, eis o que médico santareno respondeu:
ACEITO a proposta. Pelo salário que falaste, vou trabalhar nos rios e lagos por 20 dias. Só tenho uma condição: encontre logo outro neurocirurgião, para trabalhar aqui, no meu lugar, ganhando o meu salário como neurocirurgião do HMS. Desta forma, a população não ficará sem assistência, durante este período. Posso começar na semana que vem. Estou à sua disposição. Vou esperar sua resposta por 1 semana, até quinta-feira. Agora, se depois de 1 semana não conseguires outro neurocirurgião ou não for realmente o salário que falaste, o leitor deste blog e a população poderá ter mais argumentos para tirar suas conclusões. Aguardo.
Nossos médicos aí... que recusaram salário de R$ 10 mil (20 dias), pois achavam uma migalha. Isso para atender as populações dos Lagos e Rios com o barco de atendimento da Prefeitura. Que tal, Dr. Erick? Por que não topar? Falta de equipamentos? Condições? Muito sacrifício?
Na lata, eis o que médico santareno respondeu:
ACEITO a proposta. Pelo salário que falaste, vou trabalhar nos rios e lagos por 20 dias. Só tenho uma condição: encontre logo outro neurocirurgião, para trabalhar aqui, no meu lugar, ganhando o meu salário como neurocirurgião do HMS. Desta forma, a população não ficará sem assistência, durante este período. Posso começar na semana que vem. Estou à sua disposição. Vou esperar sua resposta por 1 semana, até quinta-feira. Agora, se depois de 1 semana não conseguires outro neurocirurgião ou não for realmente o salário que falaste, o leitor deste blog e a população poderá ter mais argumentos para tirar suas conclusões. Aguardo.
Comentários
Acho perigoso dr. Erik o senhor aceitar a proposta. Entendo que pra fazer a referida proposta somente duas pessoas em Santarém tem esse poder.
A primeira pessoa seria a prefeita, que no caso é a ordenadora de despesa maior da prefeitura. Acho que neste caso, mesmo a prefeita sendo uma anônima, difícilmente ela teria tempo para tal.
A segunda seria o secretario de saúde do município, que é o ordenador da secretaria de saúde. Bom, neste caso, consultando os meus amigos orixas, existe possibilidade dele ser o autor. Tudo bem que neste caso a palavra "ANÔNIMO" talvês seja o melhor adjetivo que lhe caiba, diferente do senhor que assina as notas e responde os desafios. Ao aceitar a proposta de um "Anônimo qualquer", dr Erik, o senhor poderia cair no risco de lhe acontecer aquilo que aconteceu, não faz muito tempo, quando prometeram para o senhor e seus colegas melhores condições de trabalho no PSM e não cumpriram nada. Acho também que dificilmente eles aceitarão a sua resposta de aceitar a proposta do secretário, digo do anônimo, porque nas comunidades o senhor não fará a jogatina política que continua sendo feita neste tipo de serviço.
Pense Dr. Erik. Entendo doutor, que aceitastes o convite por que és compromissado com uma causa que transcede a capacidade de entendimento da nossa "autoridade anônima" e que serve para ilustar o despreparo de um tomador de decisão quando propôe pra um profissional da neurocirurgia trabalhar com assistência de sáude comunitária. Meu caro nobre anônimo, lugar de neurocirurgião é em hospital, em centro cirurgico. Existem outros médicos, muito mais preparados pra exercer para trabalhar na assitência a comunidades. Finalmente confesso que as minhas preocupações só aumentaram, assim como as dos leitores do BLOG, quando verificamos que os nossos gestores da saúde não sabem a diferença de um neurocirurgião para um médico de saúde da família.
Socorro!!!!!
Lembram da história dos contra-cheques? Cadê q eles foram divulgados?
Isso é só balela pra tentar tapar uma ferida...e o material que estão usando é o mesmo q usam pra tapar buracos nas ruas, não duram um chovisco!
ESTOU DE OLHO
Eu também estou de olho.
Srs, as nossas autoridades de saúde em Santarém não sabem valorizar os Médicos com especialização. Para êles o importante é um atendimento quantitativo, a estatistica fica super "faturada".
Estou de olho aqui de cima. Também acompanho a contagem regressiva. Ahhhh!
Eu não sei não. Conversei com São Tomé e também tenho que ver pra crer.
Estamos aguardando a resposta do desafio semi-oficial.
Pelo padrão de competência desta gestão, mais uma vez a boca grande vai comprovar que administrar com responsabilidade não é o forte do PT "nesta cidade".
3 dias...
Neurocirurgião
Caro Jeso.
Após uma semana de espera, nem o contrato, nem a autoridade anônima mostraram a cara. Então, vou me conformar com as conclusões que os seus bons leitores e articulistas possam tirar depois desta vexatória proposta que me foi feita. Mas, não posso me conformar, que além do estresse de rotina que passamos com nossos pacientes, temos que administrar a ciumeira política que causa qualquer reivindicação que fazemos, no final atribuída a esse ou aquele interesse político. Acredito que o interesse desta cidade e a saúde das pessoas, que aqui residem deve estar acima de qualquer disputa.
Por outro lado, sinto falta sim da verdadeira política, daquela que possa nos levar, como médicos ou trabalhadores da saúde, a trabalhar com mais satisfação e entusiasmo, mesmo em condições adversas. Todos os recursos e fundos certamente não serão suficientes para fazermos uma saúde que realmente queremos para Santarém, porém torna-se necessário que pessoas sejam valorizadas e estimuladas, e não tidas como inimigas ou “do contra”, só porque reclama disso ou daquilo. Se existe insatisfação com determinados profissionais, que arrumem outros, ou valorizem os que restam. Não nos leva a lugar algum, chamar médico de mercenário, até porque os verdadeiros mercenários, não reclamam, não colocam os seus empregos em jogo e também não resolvem. Empurram casos e problemas a outros e querem seu dinheiro seguro no final do mês. São quase que... Anônimos.
A sabedoria popular parece ter seus fundamentos, quando afirma que o destino de profissionais médicos em cidades menores é ser político ou criar gado. Os dois realmente parecem menos estressantes que querer trabalhar e melhorar profissionalmente, trabalhando como médico, mesmo. Pode ser mais fácil se render a essa ou aquela “aliança”, do que apontar problemas como realmente o são. Mais fácil ainda é não se importar com nada disso e ir cuidar do gado e respirar ar puro no campo. Mas, acredito que governos e políticos passam e médicos e população ficam, com uma intricada responsabilidade e sentimento muito maior que qualquer ideologia ou partido. E é esse sentimento, que compartilhamos com nossos pacientes, que deve sempre dar o rumo de todas nossas atitudes e lutas.
Grande abraço