Índio ou branco, quem vale mais?




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de ontem:

A VIDA humana acima de tudo. Há pessoas que pensam mesquinhamente e assim agem para que sua vida esteja acima de tudo, mas as dos outros, que se lixem. Há empresas e organizações que pensam e agem com essa ideologia. Dizem que o progresso tem preço (para os outros, naturalmente).

Sua moral é daquela que diz - o que me serve e me faz bem é o que vale e é certo.

A notícia do rádio afirma que vários indígenas morreram no Xingu nos últimos dias, porque autoridades que deviam cuidar da saúde deles desviaram dinheiro enviado pelo governo federal, para assistência à saúde dos indígenas.

JÁ O FATO de um servidor público desviar, ou aplicar mal dinheiro ou outro recurso público deve receber severa punição, quanto mais quando esse recurso era para garantir a saúde da sociedade, e ainda mais a dos indígenas, que têm proteção especial da Constituição nacional.

As duas autoridades de Altamira culpadas da epidemia e mortes entre indígenas foram condenadas, mas sua punição foi como palmada de madrinha. Afinal, as mortes de vários índios do Xingu aconteceram por causa da desonestidade daquelas autoridades.

10 mil ou 100 mil reais não resgatam as vidas dos falecidos. Infelizmente, no Brasil, raramente se aplica a pena de prisão perpétua, que estes dois deveriam receber.

A SOCIEDADE ficou indignada com a recente notícia de uma criança de berço, cuja mãe, por motivo estranho, deixou-a abandonada na calçada. Fica-se emocionado e até com raiva da mãe.

Mas fica indignada com autoridades que administram mal ou até desonestamente os recursos públicos e assim causam mortes de seres humanos e ainda mais, indígenas?

Ou será que as vidas de indígenas valem menos do que vida de branco, cara pálida?

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