Frente da cidade é zona portuária




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM):

Há uma foto aérea de Santarém que é um cartão postal, muito bonito.

Mostra a frente da cidade e o encontro das águas. Que beleza de paisagem! Um dos orgulhos de todos os santarenos e santarenas é mostrar ao visitante o encontro das águas Tapajós/Amazonas e contemplar os barcos ancorados na beira da praia.

Você sabe que esta visão panorâmica poderá se acabar dentro de mais alguns anos? O presidente da República, há um ano e meses, assinou um decreto assumindo toda a frente da cidade de Santarém, desde a praia da Maria José até a boca do Lago do Maicá, já próximo do Ituqui, como área portuária?

Isso mesmo, sem consultar as autoridades locais, é o que se pensa; sem consultar a sociedade santarena, talvez até ignorando o crime que fazia a esta população, o presidente Lula assinou o decreto transformando toda a frente desta bela cidade em área de portos.

Você imagina o que vai acontecer aqui? Basta observar o que já aconteceu na área da antiga Vera Paz e nas áreas de portos privados que já existem em alguns pontos da cidade. Aí, não se pode mais entrar para olhar o encontro das águas nem mesmo caminhar na praia. Já são portos privados!

Pois bem, se não se levantar a voz, se a sociedade santarena se acovardar, se a prefeita e os vereadores e os juízes e as associações de moradores se calarem, dentro de dois a cinco anos a frente da cidade será fechada para interesse de alguns empresários e multinacionais, armazéns serão construídos, e o que ainda é publico será fechado ao direito de todos.

É esse o progresso que a sociedade quer? Seu silêncio tornará você cúmplice desse crime contra a Pérola do Tapajós.

Comentários

Anônimo disse…
É hora da brava gente santarena reagir -e pesado- contra a desfiguração desta magnífica orla, que faz de Santarém uma cidade única. Acho até que aquela monstruosidade da Carggil deveria ser detonada. O povp santareno, assim como todo o povo brasileiro, precisa despertar de uma vez e deixar de aceitar essa conversa desenvolvimentista que na verdade beneficia pouquíssimos ( geralmente estranhos aos lugares explorados) e destrói nossas paisagens, nosso ambiente, nossa dignidade. à luta, santarenos, não deixem que a cegueira dos governos em Brasília destrua o presente que a natureza deu pra Santarém. Soja não significa melhoria de vida pra ninguém, a não ser pros latifundiários e predadores sojeiros!!!
Anônimo disse…
Isso é realmente um absurdo! Não bastasse o crime da instalação da Cargil naquele lugar, agora essa! Chega!!! Parem de entregar nossa paisagem e nossa história para o capital estrangeiro, em troca sabe-se lá do quê. Eles têm dinheiro. Que se instalem onde for viável para Santarém, não somente para eles. Já basta aquela exportadora sojeira que escolheu o local de seu terminal onde bem quiz, contando com a aquiescência irresponsável e interesseira de nossos governantes. Não precisamos desse tipo de desenvolvimento, que só retira, destrói e aliena.
Anônimo disse…
Jeso e Mocorongos como eu: (desculpem a falta de acentos, meu teclado não disõe de todos eles!)

é um ABSURDO TOTAL o que eu acabo de ler! Não consigo outra definição!! Não se pode descaracterizar uma CIDADE dessa forma, através de um decreto assinado por quem nunca viu o que esta' destruindo! Obviamente que podemos 'ler' nas entrelinhas todos os interesses que devem ter movido essa assinatura. Como ja' vimos em outras duas reações, não se pode fidfar parado ante tal barbaridade!

Jeso, utiliza a *presença* e a força do teu blog para alertar todos os santarenos sobre o CRIME HISTORICO que se pretende fazer, além do crime ambiental e cultural. Esse decreto exige uma reação clara e precisa dos santarenos mostrando que não se concebe tal crime contra nossa cidade! A frente da cidade deveria era ser TOMBADA como patrimônio historico de Santarém e não condenada à destruição, como o referido decreto sentencia!

Abraço,
Celson Lima